No mesmo terreno que serviu de cenário para o embate político no final da década de 1990, onde seria instalada a montadora Ford, será implantada uma montadora de caminhões. De origem chinesa, a empresa Foton Aumark, assinou um protocolo de intenções com o governo do Estado nesta terça-feira (13). O governador Tarso Genro e o secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, mediaram as negociações que tem um investimento previsto de R$ 250 milhões.
Tarso afirmou que agora existe uma política industrial consolidada, organizada e articulada, que favorece o interesse de empresas no RS. "Alteramos o sistema de incentivos no Estado, o que nos permitiu fazer essa negociação. Sob o ponto de vista estratégico, o Rio Grande do Sul é a melhor opção para a Foton. O valor do investimento tem uma dimensão maior pelos efeitos que produz no conjunto da economia a partir da base produtiva a que se associa", disse o governador.
O deputado estadual Valdeci Oliveira (PT), líder do governo na Assembleia, acompanhou a assinatura do protocolo. “Sendo na Metade Sul Gaúcha, este investimento tem ainda mais valor para o desenvolvimento do RS”, comentou Valdeci.
Para o secretário Knijnik, que liderou a negociação com a empresa, a cadeia automotiva gaúcha deverá ser reforçada com este projeto. "A Foton deve gerar uma onda de investimentos chineses que se localizarão no Rio Grande do Sul. O Estado vive um bom momento e o trabalho articulado com as diversas secretarias foi o que viabilizou se chegar a um termo satisfatório para todas as partes", disse.
O presidente da Foton Aumark, Luiz Carlos Mendonça de Barros, tem avaliação semelhante. "Iniciaremos uma nova fronteira industrial no Rio Grande do Sul. Este é o primeiro grande investimento chinês do setor automotivo no Brasil e a Foton é a maior indústria de caminhões do mundo", ressaltou, ao elogiar a atuação da Sala do Investidor do Governo gaúcho na condução do processo. "Nos outros Estados não existe nada parecido e foi muito importante para a definição do projeto" , comenta.
Inicialmente, a unidade importará cerca de 3 mil caminhões para serem montados em Guaíba. A partir de 2015, os caminhões serão produzidos na fábrica, com progressiva nacionalização até atender a exigência de 65%, o que deve ocorrer em 2017. Os modelos a serem fabricados no RS terão de 3,5 toneladas até 24 toneladas e capacidade de produção anual de 21 mil unidades. Após 2018, o projeto prevê a instalação de fornecedores na área e a ampliação da capacidade para 50 mil veículos anuais.
Texto: Tiago Dias
Foto: Caroline Bicocchi/ Palácio Piratini
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