Como é bonito se falar e se discursar sobre a palavra da moda em nossa sociedade que é o termo inclusão. Nos discursos de autoridades e até mesmo no papo do dia-dia, a inclusão aparece em diversos momentos e sob os mais variados aspectos. Não que seja irrelevante falar sobre a inclusão. Longe disso, mas muito mais relevante é praticar a inclusão de forma concreta.
Por isso, é importante saudar e apoiar uma iniciativa prática tomada nesta semana pela Assembleia Legislativa, em conjunto com o Governo do Estado por meio da Fundação Estadual de Políticas Públicas para Pessoas Portadores de Deficiências e Altas Habilidades (Faders). Juntas, estas instituições assinaram um convênio de cooperação para realizar ações, programas e projetos em apoio as pessoas portadores de qualquer deficiência.
No mesmo momento, foi lançada a Campanha Assembleia Inclusiva, que visa tornar o Parlamento Gaúcho um espaço público acessível a todos os gaúchos de fato, inclusive para aqueles que usam cadeiras de roda, muletas, que não enxergam, que não ouvem ou que mesmo devido a idade ou a alguma doença tem dificuldade de locomoção. E o interessante é que o ato não ficou só nos discursos. Na cerimônia, foi lançada uma cartilha com dicas de convivência com as pessoas que possuem deficiência, seja física, psicossocial, visual, auditiva, intelectual ou múltipla. É um material simples, mas muito rico em informações. Foi preparado por servidores da Assembleia com deficiência e explica coisas básicas mas que no cotidiano muitas vezes não são reparadas. Por exemplo: uma pessoa que tem perda total da visão deve ser chamado de “cego ou cega” ou “pessoa cega”. Eles não gostam de serem denominados como “deficientes visuais”. Já pessoas que têm baixa visão preferem ser chamadas de “pessoas com deficiência visual” e não “pessoas cegas”. Outra noção importante: ao interagirmos com um cadeirante, temos de levar em conta que a cedeira de rodas é parte do espaço corporal da pessoa. Então, jamais devemos se apoiar na cadeira ou, pior, pendurar objetos como bolsas ou casacos nela. A cadeira é de uso próprio da pessoa que a utiliza.
Pois todo este conjunto de informações contido na cartilha será remetido a partir de agora para todos os gabinetes e setores da Assembleia e, via Faders, também será enviado a instituições de todo Estado que trabalham com pessoas com deficiência. Mas este foi só o primeiro passo prático da Campanha Assembleia Inclusiva. A meta é a médio e curto prazo tornar o Legislativo Gaúcho um espaço adequado arquitetonicamente e socialmente para receber a todos. Por isso, serão realizadas projetos, campanhas permanentes de conscientização e capacitação dos servidores. Em breve, se tudo o que está planejado na campanha tiver êxito na sua execução, um cadeirante ou um cego terá orgulho de entrar na Assembleia Legislativa e não enfrentar obstáculos no seu caminho.
Valdeci Oliveira, deputado estadual (PT)
Nenhum comentário:
Postar um comentário